O município de Itanagra foi fundado no dia 30 de julho de 1962, tendo como primeiro prefeito o Sr. Antônio de Souza Gomes. A cidade teve inicialmente outras denominações: Cipó das Cabaças, Engenho de Cipó, Açu da Torre e Vila de Itanagra até passar ao nome atual.
O nome Itanagra significa 'pedra de areia'.
História
O território integrava a sesmaria da Casa da Torre de Garcia D’Ávila. Seu povoamento deu-se a partir de 1842, quando o capitão Manoel Dias Gonçalves, almoxarife da Casa da Torre, ali iniciou o plantio da cana-de-açúcar.[5]
Em julho de 1842, Manoel Dias liderou uma expedição composta de quarenta e duas pessoas, sendo quatro capatazes, trinta e sete escravos negros e cablocos nativos. Essa expedição tinha o objetivo de criar povoados da Barra do Rio Pojuca à Barra do Rio Real. Após a chegada da expedição em cada lugar, os índios locais eram roubados e maltratados com trabalhos forçados. Eram mortos quando se rebelavam, ou fugiam para outras regiões. Criaram o primeiro povoado em Sauípe e o segundo em Mucugê. Em novembro do mesmo ano chegaram à região e entraram em contato com os indígenas da região. Foi escolhida para acampamento local onde hoje se encontra a Praça Eurico de Freitas . Fizeram as primeiras roçagens e se instalaram para os primeiro plantios de cana-de-açúcar. Em razão da existência de cipós e grande quantidade de cabaceiras no local, Manoel Dias denominou o povoado em formação de Cipó das Cabaças. Com a inauguração do primeiro engenho, em 1843, mudou-se o nome para Engenho Cipó. Em 1863, já em franco desenvolvimento, o arraial de Engenho Cipó teve o nome alterado para arraial do Cipó de Açu da Torre, denominação que perdurou até 1938, quando foi mudada para Itanagra.[5]
O capitão Manoel Dias era muito violento. Todos o temiam, e os capatazes procuravam cumprir suas ordens a todo o preço. Em Itanagra, os membros da expedição plantaram cana-de-açúdar em alta escala e criaram o primeiro engenho movido a braços. O administrador que muito progrediu tinha o nome de Alexandre Alves e foi apelidado de Xixi.
Na inauguração do engenho, mudou o nome do lugar de Cipó das Cabaças para Engenho do Cipó. Sendo que isso se deu em 3 de novembro de 1843. O engenho foi instalado também na Praça principal Eurico de Freitas. Em 1844 foi levantada a hipótese de criação de um novo engenho em local mais adequado e, em 1845 foi iniciada uma escavação em Rio Azul, hoje Rio Piaba e em 1846 apesar dos esforços desprendidos, não deu ouvido a pouca queda passou a funcionar com apenas 50% do esperado. A instalação do segundo engenho foi próximo ao Rio Sauípe, hoje Fazenda Santa Helena.
Em 1849, Alexandre Alves construiu a Fazenda Olhos D'Água, na qual dedicou uma casa para sede da Fazenda Olhos D'Água para seu filho José Alves que começou a distribuir as terras com aqueles que desejassem construir novos engenhos aproveitando a força da água para movimentá-los. Surgem assim as fazendas: Taimbé do major Beumiro de Souza Gomes, Lontra do coronel Francelino, Perí do coronel Lauro Veloso, Jaqueira de José Ermenegildo de Souza e Tabatinga do coronel Aurélio Veloso.
Em outras fazendas como Sesmaria, Pau d'Arco, Mateus, Quizanga, Capivara, Machado, Mucuri, etc, ainda restam sinais que lembram os engenhos, senzalas, ruínas das residências, igrejas, morões, cruzeiros, etc.
Foram quatro os engenhos que mais se destacaram: o da Fazenda Taimbé, o da Fazenda Olhos D'Água, o da Fazenda Lontra e o da Fazenda Perí.
A luta pela emancipação
Em 1961, Antonio de Souza Gomes é convidado pelo Estadual Padre Luís Soares Palmeira para um encontro no Hotel Palace em salvador, a fim de tratar sobre a emancipação de Itanagra. Começa ai a luta pela emancipação, pois tinha como adversário político e deputado Enio Mendes que representa o Governador Lomanto Junior e que se conseguiu retirar do projeto de desmembramento as localidades de subaúma e Porto de Sauípe, mesmo já tendo consentimento dos prefeitos de Entre Rios Bacelar e do de Mata de São João e a aprovação das câmaras de vereadores das referidas localidades, a citada emancipação.
O vereador Bruno alves, da comarca de Mata de São João requereu e obteve a integração total das referidas localidades ao desmembramento.
Atentos e vigilantes, Antonio de Souza Gomes, Marcionílio de Souza Gomes e HelenaCoelho Gomes acompanhavam de perto, até altas horas da noite os acirrados debates entre Padre Luís Soares Palmeira e Enio Mendes.
Finalmente, no dia 30 de julho de 1962 para alegria da população itanagrense e de todos aqueles que com desvelo lutaram em prol desta causa, o desembargador Adalício Nogueira, governador interino do Estado da Bahia assina a Lei Estadual n.º 1767, de 30 de julho de 1962,publicada no D.O. De 31 de julho de 1962, que cria o município de Itanagra, desmembrando-o dos de Mata de São João e Entre Rios. A primeira funcionária da prefeitura foi a Sra Helena de Jesus Góes que atuaria como secretária deste recente município.
Pela Lei de n.º 1767 de 30 de julho de 1962, foi criado o município, com território do distrito de Itanagra e parte do território de Açu da Torre, desmembrado do município da Mata de São João, e com parte dos territórios do extinto Distrito de Cambuis e de Subaúma desmembrado este do município Entre Rios com denominação de Itanagra.
Itanagra integra a microrregião 14ª do litoral Norte Baiano e limita-se ao norte com Araçás e Entre Rios, ao Sul com Mata de São João e ao Oeste com Araçás, Pojuca, e Mata de São João.
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